domingo, 25 de março de 2012

CONDOMÍNIO VILA GARDNER – GUSTAVO PENNA ARQUITETO & ASSOCIADOS


           O condomínio Vila Gardner, implantado pela Odebrecht Realizações Imobiliárias no Vale dos Cristais em Nova Lima, MG, região montanhosa de difícil implantação e dentro de uma reserva natural somente  protegida  localiza-se na região metropolitana de Belo Horizonte (Minas Gerais) – de autoria do arquiteto Gustavo Penna e Associados, recebeu o prêmio “Melhor Arquitetura 2009 – Categoria Condomínios Residenciais”, promovido pela revista Arquitetura & Construção, da Editora Abril.


A primeira questão endereçada ao arquiteto foi sobre o conceito dos edifícios: como seria um apartamento de transição entre a cidade e a montanha? “O maior desafio foi criar um tipo de habitação compatível com esses dois momentos”, explica Penna. A resposta está nas principais características do projeto: poucos pavimentos, poucos apartamentos, muitas áreas envidraçadas, varandas e grande permeabilidade. Os edifícios são perfeitamente adaptados às curvas de nível acentuadas do terreno, suas principais aberturas voltam-se para a vista exuberante dos vales ao redor.


            Cada bloco dos edifícios do Vila Gardner possui garagem, térreo mais quatro pavimentos com dois apartamentos cada, sendo que o último andar é reservado às coberturas dúplex com piscina, que não carregam a extrema verticalidade como característica principal. A planta de cada pavimento é curva, ora côncava, ora convexa, e organiza-se a partir de um eixo de circulação central. “As janelas se abrem para as áreas preservadas, os prédios não são geometrizados, reticulados, ao contrário, apresentam uma arquitetura mais orgânica, sinuosa”, define.


           O número reduzido de apartamentos conferiu uma escala precisa e harmoniosa ao condomínio. Um edifício não faz sombra no outro, e a implantação criou uma ambientação interna ilimitada, enquadrada pela extensa natureza do entorno. “O projeto de arquitetura existe graças à topografia, e não apesar dela”, diz Penna, que completa “ela inaugura um pensamento, pois os prédios nascem escalados nos espigões”.


          A área dos apartamentos varia entre 270m² e 450m², sempre com quatro suítes e varanda inserida em meio às áreas íntima e social. Essa permeabilidade reforça a ideia de liberdade proposta pela implantação, onde os limites estendem-se no horizonte. A garagem eleva-se no corpo da construção, e o fato de não ser enterrada libera mais área permeável.


        Todo o conjunto é monocromático e harmônico em relação à materialidade das montanhas. O granito impera em piso e fachadas, e também toma forma de maneira irregular, como saliências, em painéis estrategicamente localizados. Os edifícios não agridem a montanha, simplesmente organizam e enquadram vales e escarpas, na forma de molduras possíveis da generosa natureza do lugar.



Fachada - Face Sul

Corte transversal. Legenda - amarelo = horizontal; laranja = vertical
Fonte: Revista AU, ago 2009.

Entrada Social do Edifício - 1o Pavimento




A seguir, disponibilizamos arquivos (completos e sintetizados) de análise aprofundada sobre este Projeto:

Priscila Soboll C. Oliveira
Karen Ramalho Oliveira



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