O condomínio Vila
Gardner, implantado pela Odebrecht Realizações Imobiliárias no Vale dos
Cristais em Nova Lima, MG, região montanhosa de difícil implantação e dentro de
uma reserva natural somente
protegida localiza-se na região
metropolitana de Belo Horizonte (Minas Gerais) – de autoria do arquiteto
Gustavo Penna e Associados, recebeu o prêmio “Melhor Arquitetura 2009 –
Categoria Condomínios Residenciais”, promovido pela revista Arquitetura &
Construção, da Editora Abril.
A
primeira questão endereçada ao arquiteto foi sobre o conceito dos edifícios:
como seria um apartamento de transição entre a cidade e a montanha? “O maior
desafio foi criar um tipo de habitação compatível com esses dois momentos”,
explica Penna. A resposta está nas principais características do projeto:
poucos pavimentos, poucos apartamentos, muitas áreas envidraçadas, varandas e
grande permeabilidade. Os edifícios são perfeitamente adaptados às curvas de
nível acentuadas do terreno, suas principais aberturas voltam-se para a vista
exuberante dos vales ao redor.
Cada
bloco dos edifícios do Vila Gardner possui garagem, térreo mais quatro
pavimentos com dois apartamentos cada, sendo que o último andar é reservado às
coberturas dúplex com piscina, que não carregam a extrema verticalidade como
característica principal. A planta de cada pavimento é curva, ora côncava, ora
convexa, e organiza-se a partir de um eixo de circulação central. “As janelas
se abrem para as áreas preservadas, os prédios não são geometrizados,
reticulados, ao contrário, apresentam uma arquitetura mais orgânica, sinuosa”,
define.
O número reduzido
de apartamentos conferiu uma escala precisa e harmoniosa ao condomínio. Um
edifício não faz sombra no outro, e a implantação criou uma ambientação interna
ilimitada, enquadrada pela extensa natureza do entorno. “O projeto de
arquitetura existe graças à topografia, e não apesar dela”, diz Penna, que
completa “ela inaugura um pensamento, pois os prédios nascem escalados nos
espigões”.
A área dos
apartamentos varia entre 270m² e 450m², sempre com quatro suítes e varanda
inserida em meio às áreas íntima e social. Essa permeabilidade reforça a ideia
de liberdade proposta pela implantação, onde os limites estendem-se no
horizonte. A garagem eleva-se no corpo da construção, e o fato de não ser
enterrada libera mais área permeável.
Todo o conjunto é
monocromático e harmônico em relação à materialidade das montanhas. O granito
impera em piso e fachadas, e também toma forma de maneira irregular, como
saliências, em painéis estrategicamente localizados. Os edifícios não agridem a
montanha, simplesmente organizam e enquadram vales e escarpas, na forma de
molduras possíveis da generosa natureza do lugar.
Fachada - Face Sul
Corte transversal. Legenda - amarelo = horizontal; laranja = vertical
Fonte: Revista AU, ago 2009.
Entrada Social do Edifício - 1o
Pavimento
A seguir,
disponibilizamos arquivos (completos e sintetizados) de análise aprofundada sobre
este Projeto:
Priscila Soboll C. Oliveira
Karen Ramalho Oliveira
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